Ou seja, as palavras que nunca usamos por não saber o que signficam, postas no seu "devido" contexto.
UMA PALAVRA POR DIA.
Envie sugestão de palavra(s) para
Coitados dos islandeses, noruegueses, suecos, finlandeses e dinamarqueses... Já não bastava serem quase todos eles albinos (mesmo que não haja um único nórdico que tenha, de facto, o nome de Albino), altos que nem torres, desengonçados que nem girafas-bebés, etilizados como o interior de uma pipa de Borba Tinto de 1993 e feios como... só eles própros (sim... as miúdas altas, loiras e lindas com que a gente sonha aqui na Penísula Ibérica são uma imensa minoria -infelizmente, é verdade). Já não lhes bastava isso tudo como também ainda "gozam" de uma nomenclatura que, claramente, não lhes é nada favorável. Norreno não é bonito, não senhor. Mas pronto... eles também não são...!
Em versão Discovery Channel: O chatim é um elemento que pertence família dos aldrabões. Espécie mais perigosa do que o salamurdo. Tem como inimigo natural a polícia. O seu habitat é diversificado, mas move-se bem em feiras, mercados e bairros de lata.
Com o frio que aperta por Portugal (se eu estivesse em Marte e visse apenas as imagens dos corsos carnavalescos portugueses - que ainda não me saíram da memória -, com meninas de biquini em pleno Fevereiro, diria que é verão, mas enfim), até que dá jeito um indivíduo para arranjar a salamandra. Mas, não vale a pena procurar nas páginas amarelas por salamurdo que não chega lá. Também não é uma mistura de surdo e mudo. Na senda dos palúrdios, temos os salamurdos. Com a diferença de que o salamurdo sabe sempre o que faz. O que não nos livra que algum técnico que venha arranjar a salamandra seja igualmente um valente salamurdo!
Há dias em que me parece que a palurdice é uma doença crónica e contagiosa ao mais nível, com direito a figurar no painel das doenças mais graves do mundo. Pena é que, por mais que se tenha vontade de esganar o infectado com a palurdice, denominado palúrdio, a doença não é letal.
"Soro branco de leite de cabra, que escorre do queijo, quando este é apertado no cincho (aro em que se aperta o queijo)"
Por que correm os alentejanos? São três da tarde, numa aldeia, no meio do Alentejo. Três mulheres, de bata vestida e chapéu de palha na cabeça, encostam-se a uma parede pintada de cal. Na mão, trazem a bilha, o jarro de metal ou plástico. Param e vão esperando. Aguardando pela chegada do vendedor ambulante, que traz de tudo um bocado, que traz o tão desejado almece. São três da tarde, mas podem ser cinco, o sol vai perdendo força, e as mulheres não desarmam até o homem chegar. Vale a pena esperar por aquela pasta que não vale pelo aspecto, mas pelo sabor. Com sopas de pão, canela, açúcar ou simples. Vale a pena correr pelo almece.
Um insultozinho bonito para começar a semana. Aliás... um insulto tantas vezes esquecido nas mais acaloradas trocas de palavras e discussões à séria, o que é lamentável. Na minha terra, o termo é usado com muita frequência. Na cidade-grande...nem por isso. E faz falta! Ouvem-se impropérios e não palavrões, chama-se mais facilmente energúmeno a um tipo do que atoleimado. Que pena! Quão mais ricos ficariam os debates em campanhas eleitorais com a introdução de insultos como este nas trocas de injúrias entre candidatos. Se já foi giro como foi nas últimas Autárquicas, imagine-se então como teria sido se o Carmona tivesse chamado atoleimado ao Carrilho...! Teria sido o máximo, sem dúvida. Mas agora... também andaria a ser chamado de atoleimado a toro e a direito pela oposição toda e pelo eleitorado que votou nele. Porque, parecendo que não, ainda é uma daquelas palavras que ficam no ouvido.
Quem arrecada acha. Oiço este ditado desde pequena, dito pela boca da minha mãe e da minha avó. Por isso, é uma delícia dar volta aos baús da casa velha e descobrir neles verdadeiras relíquias, panos com estórias e história. Assim as colchas de pano cru e a panela de ferro viajaram da aldeia até à cidade, assim aquilo que era rebotalho do passado tornou-se imagem de marca da minha casa presente.
Olha... mais um frustrado. Daqueles que, por tudo e por nada, diz «Não é o tamanho que conta!!», só que, neste caso, diz isso... mas em linguagem de peixe, claro.
"Reunião de pessoas de má índole ou fama; malta; patuscada"
Bom... antes de mais, quem cá veio para ver coisinhas de São Valentim... isso é num qualquer tasco ao lado. Aqui não se passa nada dessas tretas. Dito isto, tenho a confessar que nunca me tinha apercebido que a "malta" (um termo que tanto uso e gosto de usar) tinha um sinónimo tão catita. E gosto também que súcia seja, no fundo, a malta "da pesada", de má fama, pelos vistos, reaunida em alegre tainada, com copos de vinho e febras assadas na brasa, tudo à mistura. Um excelente conceito, diria, para a malta de má rês que não esteja para celebrar o Dia dos Namorados com as "mais-que-tudo", na data em que elas choram mais a ver as telenovelas. A súcia dispensa bem isso.
"Coisa (ou pessoa) sem préstimo, inútil; soneca (definição em gíria)"
Ao fim de mais de onze meses de trabalho sem paragens maiores do que cinco dias (e, estes, só por uma vez), estou a gozar um curto periodo de férias. Oportunidade para - finalmente! - me tornar, com total legitimidade, um baderna... com direito a umas badernas bem dormidas. Soa mal... mas sabe bem!
Eu estava inclinado para dizer que nomes como Cláudio Ramos, José Castelo Branco e Carlos Castro me pareciam os mais adequados para "personificar" a palavrinha de hoje. Porquê? Porque estes "comentadores sociais" [denominação para "gajo sem talento algum e mais nada que fazer na vida senão ler revistas cor-de-rosa"] dizem mal de toda a gente de forma gratuíta (Oh!... Perdão... Não é de forma totalmente gratuíta... É porque as pessoas visadas pela crítica são figuras públicas e, por isso, podem, perfeita e legitimamente, ser enxovalhadas na praça pública. Mas isso de falar mal acaba, mais tarde ou mais cedo, por lhes "morder o rabo" (mesmo que que eles não se aborreçam muito que alguém lhes morda o... enfim...). É que, sendo eles também figuras públicas e lançando veneno por todo o lado... também levam "nas orelhas" de quando em vez. Em suma, eu até que estava inclinado para dizer isso do Claudinho, do Zézinho Castelo Branco e do Carlos "Castrado"... mas não digo... porque não quero ser malquisto.
Fala-se muito em crise, até tivemos um Primeiro-Ministro que vestiu (perdão: despiu) Portugal até ficar em tanga. Somos quase sempre os primeiros dos últimos. Mas, ele há coisas em que Portugal e os portugueses se safam bem. Não há crise nem na conta bancária de Mourinho ou de Cristiano Ronaldo, nem crise de palavras na língua portuguesa. Fenecer, palavra de origem latina, é só mais uma entre muitas para dizer a mesma mesmíssima coisa. E para experimentar, vamos lá a ver como é que soa: estou a fenecer de tédio....Humm?
"Teimoso; obstinado; afincado no seu parecer; desobediente"
Queria o leitor que eu falasse da palavra de hoje...? Pois... Não falo. Não me parece que vá falar dela, não. Não falo. Não vale a pena insistir que não falo (nem escrevo - não vale a pena tentar "apanhar-me" nesse velho joguinho de palavras)!! Não falo!! Já disse que não falo e não falo mesmo! E por que é que não falo? Porque não me apetece... e não será porque apetece ao leitor que eu fale da palavrinha que eu vou falar dela. Ai disso pode ter a certezinha! É o chamado "pode tirar o cavalinho da chuva" que não se vai passar nada. Se sou contumaz...? Talvez seja. Olhe... Sou mesmo. Pouco me chateia o rótulo. Resta ao leitor... paciência... Temos pena.
Bom dia... Bom dia... Está um lindo dia, não está? Sim... Mas está muito frio, não acha? Sim... Mesmo assim, parece que não está tanto frio como ontem. Parece que sim... E este Inverno está a ser mais frio do que o do ano passado. Pois... E o verão foi mais quente do que o do ano passado. Pois...Pois...Pois...
A isto chama-se entabular conversa, modernamente denomimado desbloqueador de conversa.
"Que vive muito; que tem idade avançada; longevo; idoso"
Nunca me imaginei - confesso - a chamar macróbios aos meus avós. Não me parece nada de muito simpático que se diga a alguém que já passou anos e anos a aturar-nos a nós a ao resto do mundo. Não é bonito. Além do mais, não podemos esquecer que os velhotes nem sempre ouvem como deve ser. Um gajo chamar-lhe macróbios pode originar uma daquelas respostas aos berros e com a mãozinha colocada mesmo ao lado da orelha: "MICRÓBIOS?!?!? ONDE É QUE ESTÃO OS MICRÓBIOS?!?".
Um trabalho feito sob um frio, digamos, do caraças... tornou-se numa inflamação da garganta, que se transformou depois em fortes dores de cabeça e mais tarde numa constipação medonha. Se isso não é avatar...!